Foto: Defesa Civil de Agudo (Divulgação)
Registro feito em Agudo.
As chuvas intensas que atingiram a região no fim de semana provocaram novos danos em cidades já fragilizadas por eventos climáticos anteriores. Em Agudo, o prefeito Luís Henrique Kittel (PL) relatou a destruição de acessos rurais e a suspensão das aulas em duas escolas. Já em Faxinal do Soturno, o prefeito Lourenço Domingos Moro (MDB) falou sobre deslizamentos, estradas em más condições e 11 famílias isoladas. Ambos reforçaram as dificuldades enfrentadas pelas equipes municipais diante da sequência de temporais no Bom Dia, Cidade! desta segunda-feira (4).
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Acesso destruído e escolas sem aula em Agudo

Segundo Kittel, as chuvas do fim de semana repetiram um padrão que já se tornou comum no município. Ele afirmou que houve mais uma vez chuva intensa, e que os reflexos ainda estavam sendo apurados pelas equipes da prefeitura. No domingo (4), a Defesa Civil Municipal e as secretarias de Obras e de Agricultura realizaram vistorias no interior do município.
O prefeito lembrou que, já na semana anterior, durante a realização da Volksfest, o município havia enfrentado problemas semelhantes nos acessos
— A gente vem alertando a toda nossa comunidade é de que, infelizmente, a nossa realidade é a seguinte: toda vez que tiver previsão do tempo que vai chover 50mm, 60mm, 70mm de chuva, nós vamos ter problema nos nossos acessos. E isso se confirmou mais uma vez – explica.
O prefeito informou que os três principais acessos ao meio rural foram interrompidos novamente, já que as passagens provisórias ruíram. Situação que também impactou o retorno das aulas em duas escolas da zona rural.
— Hoje, (segunda-feira) marca o retorno do recesso escolar das nossas crianças e, em razão disso, duas escolas ficaram sem aula. A Sete de Setembro, na localidade da Picada do Rio, e a escola Olavo Bilac, na Nova Boêmia.
Sobre os reparos nas estradas, Kittel disse que as equipes precisam aguardar que o Arroio Corupá baixe de nível para que as máquinas possam atuar.
— O Arroio Corupá virou rio. Então, primeiro tem que baixar o nível da água do arroio para entrar com máquinas e fazer o acesso novamente.
Ele lembrou,a inda, que a cidade segue em processo de recuperação da enchente de junho. Conforme relatou, em 16 de junho, a prefeitura assinou decreto de emergência e, com a nova chuva, a estrutura do município praticamente voltou à estaca zero.
— Na semana passada, nós conseguimos fazer a licitação das 14 pontes que foram embora com a chuva. Um ano e pouco depois a licitação foi feita e agora estamos em processo de entrega da documentação. Cinco empresas estão aptas a fazer essas 14 pontes novamente.
Em Faxinal do Soturno, famílias isoladas e acesso comprometido

Já o prefeito de Faxinal do Soturno, Lourenço Domingos Moro, relatou que os estragos causados pelas chuvas recentes agravaram danos já provocados pelas enchentes de 8 de maio e 20 de junho. Segundo ele, a nova chuva preocupa bastante devido ao solo já estar muito encharcado.
Além disso, um novo deslizamento afetou diretamente moradores da localidade de Ermida São Pio, especialmente no acesso secundário, onde a terra voltou a deslizar, bloqueando totalmente a estrada. Ele informou que 11 famílias que vivem no alto do morro estão com o deslocamento comprometido.
— No nosso acesso secundário, que vai para Ermida São Pio, onde houve novamente um deslizamento de terra, bloqueando totalmente a estrada e prejudicando então aqueles moradores que moram em cima do morro. Temos 11 famílias que estão com acesso prejudicado.
O acesso principal ao município continua bloqueado desde a enchente de junho.
Moro afirmou que tenta auxílio do Exército para ajudar nos acessos. Ele também mencionou um problema na RS-348:
— O Rio Guarda-Mor transbordou novamente. Nós temos um acesso provisório com galerias e um aterro. O rio transbordou, passou por cima, prejudicou o aterro, mas está dando passagem. Hoje o trânsito não está normal, mas com cautela passa.
Todas as demais estradas do município, conforme ele relatou, também estão comprometidas. Ele afirmou que a umidade vai deteriorando as vias, encharcando e desmoronando partes com tubulações, o que agrava constantemente os estragos a cada nova chuva.
Sobre o isolamento na Linha Formosa, o prefeito confirmou que o acesso principal já apresentava problemas e que agora o secundário também está bloqueado, deixando os moradores da localidade sem conseguir sair. Ele informou que será necessário aguardar a melhoria do tempo para tentar recuperar ao menos esse segundo acesso e restabelecer o deslocamento das pessoas, o que afeta diretamente 11 famílias.
Além do isolamento, Moro apontou prejuízos na produção agrícola. De acordo com ele, o acesso secundário é bastante limitado e não permite a passagem de qualquer tipo de veículo, apenas os tracionados. Ele observou que caminhões não conseguem subir e que isso impede os agricultores de colocar ureia e adubo nas lavouras de trigo, prejudicando ainda mais a atividade no campo.
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